quinta-feira, 14 de julho de 2011

Luar envolvente

                       O mármore frio, a lareira que se apaga. A noite se deslancha a preencher o vazio do meu peito.
A precisão do vento que enche meus pulmões e deixam meu ar, minha vida, circular.
                       Me deitando neste mármore, as cinzas da lareira me envolvendo aos poucos. Nada mais sinto além do frio, não do mármore, mas do seu frígido coração. Me enche de mágoas sentir sua ausência no meu colchão, me esvazia o peito deixando um sentimento de perda e solidão.
                       O reflexo da lua me lavando o rosto, empalidecendo a alma e envolvendo o corpo. Só ela me abraça sem pedir nada em troca além da minha paz. Só o luar que, ao me olhar, sentiu que eu precisava de alguém com quem contar. O vento soprou as cinza e, ao fim, o que sobrou foi uma carcaça vazia, desprovida de todos, mas meu eu tinha uma lua com quem contar. Com essa lua já posso me deitar.

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