quarta-feira, 27 de março de 2013

uma xicara de chá

Hoje, nesse frio, decidi esquentar o corpo com um capuccino... Pensei "e pq nao!?"
Não gosto de café.
Também queria um abraço quente antes de me deitar pra dormir, mas.... quer saber? pq não?
Noites frias da gélida Curitiba, cheia de mistérios, realizaçoes e preguiças... me vê entao uma cerveja bem gelada pra esquecer.
Também entre tantas coisas num dia, numa semana, num mes.. talvez eu mereça uma garrafa de vinho, pra envolver e me deixar dormir como uma pedra..mas.;;.
vou querer algo melhor que isso.
Quero uma xicara grande de chá de maçã com canela, levemente adoçado, e um punhado de amor. pode me servir tudo bem quente e transbordando... essa noite eu estou com frio e fome.

terça-feira, 12 de março de 2013

É verdade. (ou não)

E daí? As pessoas mudam! esquecem problemas antigos, criam problemas novos, se incomodam com coisa pouca, ficam felizes com coisas que antes não eram importantes... A gente muda!
Tá certo, você reclama que eu não ligo, não me importo nem me justifico... É... Eu mudei! Não sou mais tão complacente como era antes, não como doces pela manhã nem salgados no meio da noite quando estou com sono... Também comecei a beber, certo que sempre bebi, mas agora todo dia tenho ao lado da cama uma garrafa, uma lata... Toda noite tomo um, dois, dez goles e durmo. Acordo com sede na madrugada e bebo daquela garrafa. Faço isso pela manhã e em todo momento do dia. Não voltei a fumar só por achar que meu cabelo estava pegando cheiro e cor estranha... Também não consumo nada que tenha orégano ou manjericão... Mas você vai reclamar? Não! Afinal, as pessoas mudam!
Ou você não se deu conta que antes você tomava cerveja comigo, sentava na sacada e fumava apenas um cigarro enquanto me via assistindo tv na sala com cara de entojada por você estar fumando novamente, mesmo eu tendo dito que faz perder o gosto dos alimentos, como por exemplo o orégano, aquele tempero sabor pizza! Você também não vai aos mesmos bares, baladas, restaurantes ou shoppings. Nem sequer notou que a loja ao lado da cafeteria, que julgávamos ser a melhor da cidade, comprou o salão de festas e transformou aquilo na Nova Melhor Cafeteria da cidade... Seu gosto por café amargo não se adaptaria a isso, mas você mudou, agora está adorando esse café melado de tanto açúcar e creme! Todo mundo muda.
Verdade, não tenho saído pra caminhar como antigamente, não gosto mais de sorvete de morango da kibon e nem sei se frango e catupiri é meu sabor preferido de pizza (minto, isso eu não mudei)...mudei até a forma de escrever, afinal, hoje não falo dos meus sentimentos ou dos sentimentos dos outros... Hoje eu misturo verdades com mentiras que é pra que você nunca saiba o que eu faço ou deixo de fazer. Hoje eu mudei e você nunca vai saber onde ao certo.

domingo, 10 de março de 2013

O barulho do sol tocando o Horizonte.

Senta na janela, uma perna pendurada pra fora, a outra dobrada sobre o parapeito, no sobrado alto admirando a avenida movimentada -ou não- todas as tardes.
Quão boa pode ser minha vida olhando de cima dessa janela, pendendo meu corpo enquanto seguro firme nas persianas como se ela pudessem evitar uma queda...?
O que me impede de pular e sentir aquela brisa contra o rosto enquanto consigo ouvir as folhas que caem das arvores mais distantes? Poderia ouvir até mesmo o ruído que o sol faz enquanto toca o horizonte.
Um dia, quando caminhava por um caminho novo, aquele senhor de todas as histórias - velho, sábio e misterioso - me apareceu e disse que "Toda vez que o sol nasce ou se põe, ele faz leves sons ao tocar o horizonte, ele conversa com a natureza. Dá bom dia e mais tarde se despede. Mas só se dá conta disso aqueles que vêem a vida em segundos". Foi assim que eu descobri. Melhor forma de ver a vida em segundos.. dizem que ela passa como um filme diante dos nossos olhos na hora da morte. Numa queda, ao pôr do sol, eu veria a vida toda e terminaria com aquela visão do sol tocando o horizonte e fazendo barulhinhos suaves. Ao ouvir o sol, saberia que acabou.
Senta na janela e pendura suas duas pernas pra fora, com o sobrado refletido de vermelho. Vê os carros, pessoas, o sol. Sem pular de lá, presta muita atenção no sol. Visualiza sua queda, sente uma vertigem, quase se deixa cair, mas uma mão segura sua cintura e isso faz seu coração bater na altura da garganta.
Olha pra trás, vê dois olhos que brilham em tom de vermelho refletido do sol. Nesse momento, com o pôr desse sol nas pupilas negras e profundas, consegue-se ouvir mais que o sol no horizonte. Ouve-se o coração de duas pessoas ao mesmo tempo. Dentro e fora de mim.
Agora senta apenas perto do chão, pra sempre poder correr pro olhar com sons que a morte nunca saberia imitar.