terça-feira, 3 de julho de 2012

Prender a respiração


Se sou uma borboleta e posso compreender que voar é minha sina e que as asas estao pra me fazer continuar..
Se sou de vidro e me quebro ou estilhaço com qualquer baque ou com qualquer pedra...
Se tantas outras borboletas são aprisionadas e eu não sei como soltar, nao sei como quebrar o vidro, que como tantos outros, so precisaria de uma pedra...
Tantas pinturas deixei de fazer por não ter noção de como terminar.
Tantas outras vezes me perdi procurando num espelho a mesma face que via quando olhava pra você.
Como tantas vezes te cortei, te rasguei, te queimei, te matei e ainda assim quis esquecer de tudo e voltar pra viver por mais um segundo.
Se por um respiro e um mergulho... Essa que era borboleta, já não consegue mais voar.
Minhas roupas não te servem, nossos movimentos não se completam.
Suas roupas são velhas, minhas asas não se encaixam nelas.
Quebro partes do meu rosto e esses doces não vão consolar. O vidro não se cola.
A ilusão de estar em vários lugares e não ter saído do lugar.
Se sou um peixe e me arrancam as escamas, me tiram os espinhos, me fazem em fatias.
Que passo é esse que dou, mas que é pequeno demais pra me tirar do lugar?
Junto as escamas, espinhos, fatias, asas, pedaços de vidro e sumo. Ressurgirei, mas onde não da pra ver. Onde só eu vejo.
Ressurjo em mim. Somente para sanar as minhas - as suas - loucuras que me torturam.
Se sou uma borboleta, agora me levanto. Ainda não sei voar.

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